quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Meu Ho’oponopono de aniversário!


No final de maio passado, peguei um avião e fui até Boston para fazer um seminário de final de semana com o famoso co-autor do livro “Limite Zero”, o Dr. Ihaleakala Hew Len, que é o mestre maior da disseminação da técnica de cura havaiana que leva o estranho nome de Ho’oponopono.
Conheci o Ho’ e o Dr. Hew Len em 2006, através de emails de amigas e também de outras pessoas na internet que já falavam sobre as maravilhas do uso da técnica. A maioria era em inglês, mas já havia bastante gente no Brasil, inclusive material traduzido. Comecei a usar de forma meio rudimentar, e fui percebendo como é verdade o que o guru me disse quatro anos depois: Just do it. Vai fazendo, não te preocupa com nada, vai fazendo. Persiste. Persiste.
Ho’oponopono, em havaiano, quer dizer corrigir (to make right). É basicamente um aprendizado da mente, que ao invés de ser treinada a buscar culpados ou responsabilizar e criticar outros lá fora, aprende a olhar pra dentro e dizer: eu sinto muito, eu te amo, me perdoa, muito obrigada. Pra quem a mente diz isso tudo? Pra Deus? O Dr. Hew Len diz que Deus não precisa do nosso pedido de perdão, portanto estamos falando conosco mesmos, com nosso Eu Superior, com as energias em torno de nós, nossos amigos espirituais, talvez. Suspeito que o pedido de perdão é uma forma muito eficiente de romper cordões energéticos, aqueles elos invisíveis de ligação que mantemos com as pessoas com as quais não conseguimos fazer paz, e que uma vez rompidos dão a liberdade de criar os verdadeiros elos de amor que são os que deveríamos estar criando e valorizando em nossas vidas.
O guru do Ho’ é a pessoa menos guru que eu já vi. Um sujeito baixote de setenta e poucos anos, roupa esporte e boné de beisebol. Uma pena, mas ele não se deixa fotografar – bem que eu pedi. Deu um sorrisinho tranqüilo e disse que as pessoas acabam usando a imagem dele, e ele não quer isso. Mas me deu um autógrafo simpático no livro Limite Zero, que levei do Brasil só pra isso: “Aloha. Ihaleakala.”
O hotel baratinho, sem pompa, mas bem ajeitado, na cidade suburbana de Boston, Dedham, era pra não deixar dúvida sobre a natureza despojada da coisa toda. A maioria do pessoal, como sempre, mulher. Mas muitos homens, mais que o habitual, pra mim. Muitas pessoas contaram histórias bacanas de paz, novos canais de criatividade e prosperidade, mudanças em si e nas famílias, mudanças até nos animais.
Diversas vezes naquele sábado e domingo fiquei me olhando no meio daquela centena e meia de pessoas, no auditório do Holiday Inn de beira de estrada, imaginando como é que aquilo tinha acontecido – como é que eu tinha saído de Porto Alegre e aterrissado ali, justamente na semana dos meus 49 anos de idade, com a coincidência de um cliente ter me pedido pra cuidar de uma tarefa que me tomou dez dias entre New York e Washington. Resulta que não paguei a passagem aérea, ainda recebi cachê pelo trabalho, revisitei Boston e NY, cidades em que já morei na década de 90. Tudo cronometrado. Tudo perfeitíssimo.
Acho que entendi a moral da história do Dr Hew Len: Vai fazendo, persiste. Assume a responsabilidade por tudo que você está vivendo, tudo que está sentindo, tudo que acontece. A responsabilidade é sua. Daí começa a limpar, vai limpando. A sua vida fica mais suave, mais clara, mais pacífica, você começa a respirar melhor, enxergar melhor, pensar melhor. Até sentir com mais intensidade. Com mais sintonia com o tudo em volta, com tudo o que você é. Quando esta sintonia acontece, todos os seus atos são inspirados pela Fonte, mesmo que de vez em quando pareça que o seu sistema ‘caiu’. Tenha paciência, continue ‘limpando’. O sinal volta, se fortalece, e tudo começa a andar bem como é o melhor pra você, como você precisa para se conhecer e se iluminar.
Isso é o que eu tenho vivido há quatro anos, entre altos e baixos e muitos problemas, de todas as ordens, como todos os outros mortais. Mas com tudo isso, hoje eu sou mais eu, me sinto feliz com a minha vida e faço o melhor que eu posso todos os dias. Sou imperfeita todos os dias. Mas como diz o baixinho havaiano: “vai limpando, persiste, persiste. Não esquece: Let go, let God.” Beijos para todos.